quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Posso eu tocar em tuas orquídeas?




























vento da tarde, azularado céu,
vermelho tapete, monstro sou,
varanda contemplo, parado,
olhar torto, mirado,
aqui sou,
restou,
nosso silêncio.

sinto insano estar, seremos será?
sabemos, distante em demasia somos do mundo...
e eu de ti.
nasci,
desse jeito, e não sei mudar,
mesmo se soubesse, jamais o faria
marginal jazendo a admirar
lilases flores tuas, manusear queria...

quão terrível aparento,
demônio hediondo, perigo, aval,
à perdição sem penitência,
cujo desprezo, é normal,
talvez, o jeito meu, gere tal tendência,
mas de ti, é tão letal!
ultimamente... irrelevante.

aberração perante
sem pena arrependido,
cujo orgulho, contido,
transborda lágrimas, desprezo,
receoso querendo sumir,
é frio demais pra conseguir
por um segundo chorar,
florescido amargo ódio
então, eis que inesperado;
anjo em rancor,
quer partir, tem de ficar;

ânsia em ferir,
sumir, largar,
num bramir,
despir, pisar...
tentando fingir,
devendo beijar,
louca estranha situação,
é assim o amar,
necessária involuntária corrosão.

digno sou de orquídeas tuas tocar?
nem sequer por um momento,
frescor sorver, solar poer fitar,
aqui, será eu maldito demais?!
as contaminarei, delicadas,
as tornarei
infernais!?
lhes jurarei maculadas,
as farei
mais mortais!?




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