domingo, 7 de novembro de 2010

O poeta inocente é um mito...

O POETA INOCENTE É UM MITO, MAS UM MITO QUE FUNDA A POESIA. O POETA REAL SABE QUE AS PALAVRAS E AS COISAS NÃO SÃO A MESMA COISA E POR ISSO, PARA ESTABELECER UMA PRECÁRIA UNIDADE ENTRE O HOMEM E O MUNDO, NOMEIA COISAS COM RITMOS, SÍMBOLOS E COMPARAÇÕES. AS PALAVRAS NÃO SÃO COISAS: SÃO AS PONTES QUE ESTENDEMOS ENTRE ELAS E NÓS. O POETA É A CONSCIÊNCIA DAS PALAVRAS, ISTO É A NOSTALGIA DA REALIDADE REAL DAS COISAS. É CERTO QUE AS PALAVRAS TAMBÉM FORAM COISAS ANTES DE SER NOMES DE COISAS: NO MITO DO POETA INOCENTE, ISTO É, ANTES DA LINGUAGEM.

O autor:
Octávio Paz Lozano (1914-1998) foi um poeta, ensaísta, tradutor e diplomata mexicano, notabilizado, principalmente, por seu trabalho prático e teórico no campo da poesia moderna ou de vanguarda. Recebeu o Nobel de Literatura de 1990.

6 comentários:

  1. Eu adoro esse tema da linguagem!
    Muito bom o post inaugural!

    =)

    ResponderExcluir
  2. O Poeta inocente, no meu modo de entender e sentir a poesia, é aquele que não se deixou impregnar de dogmas linguísticos, sintaxes e semânticas perfeitas. O Poeta inocente é o Poeta puro. O Poeta que guarda o sentimento do Mundo na alma como um tesouro inviolável que nem mesmo a linguagem consegue ultrajar.

    Por isso, aprecio tanto a poesia que rasteja de barriga no chão como os versos do inestimável Manoel de Barros. Com ele aprendo sempre que a poesia é parte integrante e inseparável da Natureza. Os versos nascem na fonte mina d'água atravessa rios, lagos, enseadas até desembocar em mar aberto...o tudo e o nada que somos Nós... pra sempre um fragmento, uma gotícula de oceano que só ganha força e forma quando agregadas.

    Parabéns pelo blog!

    Muito sucesso sempre!

    BEIJOS A TODOS DA CONTRACULTURA!


    Lu

    ResponderExcluir
  3. Lu, que lindeza o seu comentário!
    Senti em percorrer em mim essas suas palavras!

    Beijos, flor!

    =)

    ResponderExcluir
  4. Octávio Paz é um poeta fantástico e um prosador não menos. Existe um livro que escreveu sobre a história do México, "El Labirito de La Soledad", é pura poesia em prosa, se isso é possivel.

    ResponderExcluir
  5. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir