terça-feira, 20 de setembro de 2011

Paraty ainda sonha




Ilusão pássaro da paisagem.
A cidade evolui e os muros ficam altos.
O que come a carne, dar de seu sofisma em grandes obras.
Diga ao povo que grite e que tenha memória.
E que não se aplane a letargia aos afagos de ignorantes.
Homens de bravatas, calados em suas vaidades.
Diga ao povo que existe uma voz, uma voz uníssona diurna.
Que atina a realidades de nossas mesas.
Que é preta, caiçara, branca e que trás na revolta a verdadeira equidade.
De bairros, de gente sem nome que constrói em sua madrugada
a esperança cansada de pés e ombros doloridos.
Diga ao povo que a fruta é verde, mas que é nossa e que tem lágrimas e terra.
Diga ao povo a saudade que o amor tem das pessoas.
Que a droga que come as paredes tem nomes, como desemprego,
baixo salário e medíocres estímulos acadêmicos.
E não aos shows que entorpecem os estômagos a verdadeira fome.
Basta ao nepotismo são os nossos ruídos que fizeram suas cadeiras.
Diga ao povo que retire o estandarte de suas lembranças.
Há luz no interior das casas e há homens que querem sua repulsa.
Seu calor de vários anos de mesmices de promessas lúdicas.
Existe uma voz, que precisa de vozes, que precisa de muitos nós.
Paraty sonha. Paraty ainda sonha.

Rodrigo Passos

2 comentários:

  1. Acho que não preciso nem comentar neh?!... você já sabe ;)

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  2. É, gostei muito desse, realmente... paraty carece de pessoas que realmente pensem, não desses vermes corruptos, desses exploradores mesquinhos, de pseudo intelectuais com apenas pose que falam e não dizem nada, ou tampouco de mais alienação, é necessário algo que faça a diferença, que impressione, e que faça as pessoas pensarem... de fato cara, paraty poderia ( e deveria) ser bem melhor, em todos os sentidos, mesmo que eu goste muito dela... muitas coisas são absurdas... ótima postagem. vlw \,,/

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