sábado, 15 de outubro de 2011

Um vento de dentro




teu interno conflagra, queima a não suportar,
em ventanias explode, é preciso gritar,
se faz de importância, um vazio preencher,
sentido outorgar, pr' a este plano a se erguer;

brado de tempestade, d' alma que pinta,
e à vacuidade cria, mui vasta e suscinta,
toda a forma, que é vista e contemplada,
toda esta forma, cuja vida que lhe é dada;

terra se fazendo,
que outrem pisará,
os pés aquecendo
e com as mãos tocará,
mesmo em mente,
irrealmente,
vai lá, a ouvir
o vento, tão contente,
ou lá ir a sentir
outro deprimente
tão quão mais uns mil
neste vão e fértil
espaço,
de traço
tão sutil,
ou o aço
d' agulha
que torna
a lã uma fagulha...

de assídua força, a humana destreza,
d' onde se engendram tantos intentos externos...
eis o humano e simplório dizer e pensar,
no que quiser, e a faculdade de o consumar...




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