quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Desolador prazer






das árvores, cascas caem co' o soprar dos ventos,
milharais secos, se dobram merencórios,
eis-me nessas solitárias instâncias, alentos
que o espírito desolam... ao silêncio...
à misantropia entregue, perduro à calmaria,
sabes quão isso me faz bem?

gorgeiam as aves negras,
e manifestas são suas profecias,
cigarras ouço
em ópera profunda...
ao crepuscular dum depressivo natal,
se consumando às montanhas, no meu rancor abismal...

jazem elementais espíritos ao meu redor,
contemplando a grandeza, dessa estranha dor
aguardando o despertar,
viceja a volúpia, co' a solidão,
distante do resto do mundo, e no paraíso a estar...
aguardando, o despertar...



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