quarta-feira, 10 de julho de 2013

Assassinos da Noite (Frio que Gela)



















assassinos da noite,
fria e assombrada,
pelo vento que gela,
minha triste jornada,
solitário nas ruas
o pesadelo revela,
tantas surras cruas,
que me foram dadas;

frio da madrugada,
pés descalçados,
chão de rodoviária,
meu leito, morada,
miserável futuro,
tormento insuportável,
rezo sem fé, eu juro,
só quero sobreviver,
somente hoje mais,
na esperança de ver,
meus sonhos enterrados
sorrirem pra mim...

carícia da fome,
amargar de agrura,
dois dias não come,
dolorosa aguda
sensação de desmaio,
desespero e terror,
do inferno um ensaio,
implorado clamor
ao que seja, no além,
que veja minha dor,
algum caridoso alguém,
e eu não termine morto,
torto, queimado,
à noite, refém,
da sorte e do azar,
que possa meu corpo
sem medo esquentar...

só mais esta noite,
como se fosse a última...




Bem, cabe a esse poema ser extremamente aquilo que chamam de contracultura, de verdade, de oposição, de reação... Eu até gostaria de ser genial, mas não sou nenhum Baudelaire, então que isso seja uma singela mensagem... Pelo tantos mendigos que eu vejo as vezes de noite, na rodoviária passando frio... O mundo não é bonito, mesmo que não seja só porque eu deteste Paraty, é porque ela não é feita só de beleza comercial.



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