sexta-feira, 20 de julho de 2012

Uns dos porquês que as flores morrem

Diziam que era bela. Belezas dessas que precisam de remendados adornos. Toda quinta-feira tomava seu remédio. E passava sorvendo-me os últimos pedaços de infância. Época que as calçadas eram feitas de verdades eternas. E os pecados ainda ficavam para os abraços dos cobertores. Quantas vezes eu amei a novela e a ponte que trazia em seu corpo. Um dia atravessei a ponte e os lápis perderam as cores. Nascia o poeta que não queria nascer, o poeta meio, o poeta não. Bem vindo piso frio, rosto seco que sossega todas as grades. Bem vindo homem de bem, atalaia das horas sem pressa. Pro inferno o intelectual! Necessito de uma ignorância que me compreenda. Que me dê o calor de novas cicatrizes. Enquanto não descobrirem que estou aqui calado á margem da linha. E que o ponto final só existe na poesia para quem ler. Rodrigo Passos

Um comentário:

  1. "Pro inferno o intelectual! Necessito de uma ignorância que me compreenda. Que me dê o calor de novas cicatrizes." É isso!!!! É isso!!!! justamente isso, ótima postagem, Uma das melhores que eu já vi nesse blog!!!!

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