domingo, 12 de junho de 2011

Rebelia



roubados, coagidos, abusados,
cotidianos milagreiros ressucitando a cada dia,
suas almas penhorando, por uma vital mesquinharia,
diante os cães lhes cuspindo aos rostos fatigados,

fustigados,
pelo tempo
que não volta,
o exemplo,
de quem na jaula
se conforma
não se solta,
à ideal forma
pelo corrompido estado almejada,
torpe presa
em seu próprio cativeiro guardada,
a marionete endividada,
condenada
à própria mesa...

atrofiados pássaros sacos de pedra carregando,
até, quando não mais, estiverem aguentando,
desfalescidos de gritar,
que a ferida eles vêem, e não podem questionar,

prostrados em reclamar,
a Deus, a seca terra, o sujo mar,
caminhando em marcados passos,
sem o horizonte saber contemplar,
roendo os restos de ossos
que os ladradores ladrões
puseram-se a deixar,
embolsando milhões
frente os desesperados trabalhando,
e os tronando
para as migalhas no chão poderem catar...

e os cínicos sorrisos presenteiam, prometendo
as melhoras jamais de fato acontecendo,
desavergonhados vampiros puxando a corrente,
profetas vazios, não tendo mais o que se invente

a dizer,
a propor,
a fazer,
no torpor...
carcomendo as riquezas dos cófres
públicos,
espumando aos dentes enxofres
rábicos,
a droga
da ignorância,
que roga
por nossa falência
alimentando
os temerosos bois se acorrentando
ao conformismo suas alugadas almas angustiando...

as torres imponentes, ostentam descaradas,
os fúteis luxos, de ladroagens declaradas,
desfrutam as sarnas, do poder, à mão armada
que intervêm, se a rebelia for criada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário